top of page

Doxorrubicina

Alguns anos mais tarde, em 1967, foi isolado um novo composto do grupo das antraciclinas a partir de uma cultura mutada da mesma bactéria, a Streptomyces peucetius var. caesius. [3] Esta molécula foi originalmente denominada de adriamicina, devido à sua origem estar relacionada com o Mar Adriático, mas mais tarde o seu nome foi mudado para doxorrubicina de modo a ficar em conformidade com a sua estrutura química. [1] As semelhanças estruturais com a daunorrubicina são muitas, sendo a única diferença entre estes dois compostos a substituição de um átomo de hidrogénio por um grupo hidroxilo no radical acético, originando a doxorrubicina. [3]

História

[1] Ewer, M.S.; Von Hoff, D.D.; Benjamin, R.S. (2011) A Historical Perspective of Anthracycline Cardiotoxicity. Heart Failure Clinics 7:363–372

 

[2] Toxipedia (2011) Anthracyclines – History. http://www.toxipedia.org/display/toxipedia/Anthracyclines+-+History [Consultado em 15-05-2014]

 

[3] Bonadonna, G.; Monfardini, S.; Lena, M.; Fossati-Bellani, F. (1969) Clinical Evaluation of Adriamycin, a New Antitumour Antibiotic. British Medical Journal 3:503-506

 

[4] Lown, J.W. (1993) Discovery and Development of Anthracycline Antitumour Antibiotics. Chemical Society Reviews 22:165-176

A história das antraciclinas remonta aos anos 50, quando um grupo de investigadores italianos da Farmitalia Research Laboratories iniciou a procura de potenciais agentes antineoplásicos produzidos por microrganismos encontrados no solo ao longo da costa do Mar Adriático. [1] Estes esforços levaram ao isolamento e identificação de uma bactéria produtora de um pigmento vermelho, a Streptomyces peucetius, o qual se veio a demonstrar possuir propriedades antibacterianas. Deste pigmento foi extraída a primeira antraciclina conhecida, a daunorrubicina, que demonstrou demasiada toxicidade quando usada como antibiótico, tendo sido posteriormente estudada como anticancerígeno. [1,2] Apesar de as antraciclinas posteriormente descobertas e isoladas nunca terem sido utilizadas pela sua atividade antibacteriana, actualmente ainda são referidas como antibióticos.

Os primeiros estudos farmacológicos com a doxorrubicina foram realizados em 1969 no Instituto Nacional de Cancro de Milão, nos quais este fármaco demonstrou uma maior atividade antineoplásica em tumores de ratos, quando comparada com a daunorrubicina. [4] Paralelamente foram iniciados os estudos em humanos, nos quais foram descritos os efeitos farmacológicos da doxorrubicina, os seus efeitos adversos, estudada a sua posologia e demonstrada a toxicidade do fármaco. [3] Apesar do seu elevado índice terapêutico, esta demonstrou possuir o mesmo efeito indesejável das anteriores antraciclinas, a cardiotoxicidade.

Daunorrubicina

Doxorrubicina

bottom of page