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Mecanismo de ação

Farmacologia

As antraciclinas apresentam uma estrutura constituída por um anel tetracíclico ligado a um açúcar (daunosamina), assim como, uma quinona e uma hidroquinona nos anéis adjacentes que permitem a perda e ganho de eletrões. [1] A estrutura destes compostos vai ser responsável pela sua atividade antineoplásica mas também pela sua elevada toxicidade. [2]

 

A estrutura planar da doxorrubicina vai permitir que esta se ligue ao DNA, intercalando entre bases específicas e impedindo, deste modo, a síntese de DNA, RNA ou de ambos. Consequentemente, provoca a cisão das cadeias de DNA e interfere com os processos de replicação e transcrição. O efeito citotóxico da doxorrubicina está também associado à inibição da topoisomerase II, à formação de radicais livres semiquinona e de radicais de oxigénio responsáveis por fenómenos de stress oxidativo e peroxidação lipídica relacionados com a toxicidade deste composto. Esta antraciclina pode ainda ligar-se às membranas celulares alterando a sua fluidez e capacidade de transporte de iões. [1]

 

Todos estes efeitos irão culminar na ativação da maquinaria apoptótica e na morte das células tumorais. Contudo, não se pode rejeitar o facto de estes processos ocorrerem ao nível dos cardiomiócitos o que justifica a elevada cardiotoxicidade da doxorrubicina. [2]

 

 

[1] Raj, S.; et al (2014) Anthracycline-Induced Cardiotoxicity: A Review of Pathophysiology, Diagnosis, and Treatment, Current Treatment Options in Cardiovascular Medicine 16:315

 

[2] Pereira, G.; et al (2011) Drug-induced Cardiac Mitochondrial Toxicity and Protection: From Doxorubicin to Carvedilol, Current Pharmaceutical Design, 2011, 17, 2113-2129

 

[3] Takemura, G.; et al (2007) Doxorubicin-Induced Cardiomyopathy From the Cardiotoxic Mechanisms to Management, Progress in Cardiovascular Diseases, Vol. 49, No. 5: 330-352

Tabela 1. Mecanismo de ação das antraciclinas em células tumorais. [3]

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